Vale fará novas baixas contábeis de ativos

Posted by Clayton Teles das Merces on 30 janeiro 2013 in Sem categoria |

A Vale vai registrar novas baixas contábeis de ativos na divulgação dos resultados do último trimestre do ano passado, a serem anunciados em 27 de fevereiro. Isso poderá impactar ainda mais o balanço da companhia. As projeções de analistas são de um prejuízo da mineradora no período entre US$ 2 bilhões e US$ 3 bilhões decorrente da baixa contábil de US$ 4,2 bilhões, comunicada ao mercado em 20 de dezembro.

A informação foi dada ontem por Luciano Siani, diretor-executivo de finanças e relações com investidores da companhia, durante seminário sobre o preço dos metais e do minério de ferro, na Apimec-Rio. O evento foi promovido pela própria Vale. Siani admitiu ao Valor que serão baixas contábeis menores que a já anunciada e que envolveram ativos de níquel (Onça Puma) e a participação acionária de 22% que a empresa detém na norueguesa de alumínio Norsk Hydro.

Depois do anúncio da Vale, outras mineradoras informaram baixas contábeis, como a concorrente australiana Rio Tinto, de US$ 14 bilhões por conta de ativos de alumínio (antiga Alcan) e de carvão e, a Anglo American, que comunicou ontem uma baixa de US$ 4 bilhões no ativo Minas-Rio em seu balanço (ver página B1).

A Vale pretende eliminar as incertezas dos investidores em relação a companhia e isso inclui não só a baixa contábil de ativos, como os acertos de pendências judiciais, como foi o caso recente dos royalties como o DNPM (órgão do governo federal) que estão com a solução encaminhada, da Suiça e o desfecho do pendência judicial sobre imposto de renda de controladas e coligadas. “Esta ainda não tem solução fizemos provisão. O valor desse processo deve ser de R$ 20 bilhões e tanto e está no STF. “Estamos aguardando o julgamento”.

Outras incertezas que foram alvo de perguntas de investidores foram o projeto de potássio de Rio Colorado, na Argentina e o de minério de ferro de Simandou, na Guiné, onde a Vale vem enfrentando dificuldades. Em relação ao Rio Colorado, Siani não quis comentar o andamento do projeto, cuja suspensão foi negada pela companhia, mas afirmou que “a Vale trabalha com perspectiva de criação de valor e tem obrigação de avaliar o que é melhor para o acionista”. No caso de Simandou, disse que a perspectiva da Vale em relação ao projeto é de longo prazo. Mas a companhia permanece dialogando com o governo da Guiné para resolver as indefinições políticas e jurídicas.

O diretor de finanças e relações com investidores da Vale foi enfático ao destacar que a empresa trabalha para recuperar a liderança no mercado global de produção de minério de ferro. A Vale era primeira no ranking e perdeu para as australianas por que não entregava nenhum projeto novo desde 2007. A estratégia é focar em projetos de minério de ferro, como o de Serra Sul (em Carajás, no Pará) e recuperar as minas do quadrilátero ferrífero no Sudeste.

Com os projetos em andamento, Siani prevê que a companhia vai produzir 450 milhões de toneladas de minério em 2018, quando Serra Sul estará operando a plena produção de 90 milhões de toneladas. Para 2013, a produção esperada é modesta, de 306 milhões de toneladas de minério de ferro.

A recuperação do market share no mercado global de minério está ligada a estratégia da Vale de recuperar seu valor de mercado, enfatizou Siani. A Vale passou ao terceiro lugar em valor de mercado no ranking das grandes mineradoras, perdendo para a Rio Tinto. “Por que a Rio Tinto tem mais valor de mercado?”, questionou Siani. “Porque tem entregue crescimento e nós não”. Segundo ele, quando as entregas dos projetos de crescimento da Vale forem mais evidentes, a companhia irá recuperar seu valor de mercado. “A Vale tem um valor de mercado latente incrível e a administração está absolutamente comprometida a revelar e entregar esse valor a seus acionistas”, afirmou.

A companhia trabalha com patamares de preços de minério de ferro entre US$ 110 a US$ 180 a tonelada a partir deste ano. O gap é grande, mas está ligado à volatilidade que rege o mercado de commodities após o fim do superciclo. O pior, no entanto, parece ter passado. Roberto Castello Branco, diretor de relações com investidores da Vale, disse que a Vale vè um clima de otimismo no mercado financeiro mundial. “Algumas incertezas que pairavam sobre a economia foram eliminadas”, afirmou, citando a ruptura do Euro, o abismo fiscal nos Estados Unidos e o pouso forçado na China.

Castello Branco prevê dias melhores para os preços do minério de ferro e dos metais básicos face à melhora do cenário econômico global. Ele destacou em palestra na abertura do seminário, no Rio, que os preços dos metais estão fortemente correlacionados ao movimento da produção industria global, que dá sinais de recuperação.

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