Mão de obra escassa e cada vez mais cara

Posted by Clayton Teles das Merces on 7 outubro 2013 in Sem categoria |

A categoria dos trabalhadores domésticos está “envelhecendo” no Brasil e encontrar uma empregada mensalista ou diarista é uma tarefa cada vez mais difícil. Metade das domésticas no País tem mais de 40 anos e ainda possui baixa escolaridade, limitada ao ensino fundamental incompleto em quase 49% dos casos. Com a escassez de mão de obra, já que o número de domésticas diminuiu 9% entre 2009 e 2011, estes serviços têm ficado cada vez mais caros. Só entre os anos de 2004 e 2011, houve um aumento de 46% no rendimento médio destes trabalhadores.

Os dados fazem parte do “Emprego Doméstico no Brasil”, realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Para o professor do curso de Economia da PUC-PR, Carlos Magno Bittencourt, a categoria de domésticas hoje é formada por pessoas, principalmente, acima de 40 anos, porque com o nível de emprego elevado os jovens não querem entrar nesta área, já que o mercado está oferecendo outras possibilidades.

Segundo ele, a mão de obra que iria para o serviço doméstico está procurando outras funções como vendedores, operadores de telemarketing e serviços de estética e telecomunicações. Bittencourt diz que talvez chegue um momento em que seja necessário trazer até mão de obra de fora do País, como já acontece em países como os Estados Unidos. Ele prevê que a utilização dos serviços de diaristas (em detrimento das mensalistas), de lavanderias e de restaurantes pelas famílias seja cada vez mais comum com o encarecimento da mão de obra doméstica.

O estudo do Dieese mostra que a mudança no perfil das domésticas também pode ser explicada pelo aumento do nível de escolaridade entre a população jovem, o que possibilita a busca por ocupações mais valorizadas socialmente, com melhores remunerações. A pesquisa revela que ocorreu redução de jovens ocupadas nesta atividade, de 6,1% para 3,9%, para aquelas com idade entre 10 e 17 anos; e de 16,8% para 9,3%, entre 18 e 24 anos, na comparação entre os anos de 2004 e 2011.

Em 2004, o maior percentual destes postos de trabalho era ocupado por mulheres de 30 a 39 anos (27,2%). Já em 2011, a maior parcela dessas trabalhadoras estava na faixa etária de 40 a 49 anos (28,5%). Cresceu também o percentual de mulheres no emprego doméstico com 50 anos e mais, que passou de 13,7%, em 2004, para 21,9%, em 2011.

O economista do Dieese, Fabiano Camargo da Silva, explica que as mulheres com mais de 40 anos estão na profissão porque começaram cedo e não tiveram outras oportunidades de vida. Ele acredita que a tendência é que diminua ainda mais o número de domésticas.

Para a professora do curso técnico de Recursos Humanos e Secretariado do TECPUC, Tatiana Borges de Oliveira, com a nova legislação que regulamenta a profissão, vai se resgatar um pouco desta atividade que estava quase se extinguindo. “Antes disso, estes trabalhadores tinham os seus direitos limitados, por isso, este mercado estava sendo pouco procurado”, diz.

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