6 habilidades que os melhores profissionais do mercado têm
Quem já entrou em uma sala de entrevista de emprego preparado para dar a simples descrição de cargos anteriores e foi surpreendido com perguntas que pediam detalhes concretos do seu comportamento no trabalho já teve a chance de experimentar o que são as chamadas entrevistas por competência.
A técnica, usada por recrutadores, tenta mitigar riscos de uma constante nas empresas: profissionais, contratados por habilidades técnicas, são demitidos por problemas de relacionamento ou de atitude.
“Seria arrogância dizer que a entrevista por competência e outras técnicas neste sentido garantem que a contratação dê certo, mas, sem dúvida, minimizam a chance de ela dar errado”, diz Rafael Meneses, sócio da People Oriented Consultoria, especializada em recrutamento de média e alta gerência.
O caráter comportamental faz, sim, toda a diferença, de acordo com ele. “Por isso, mesmo que a empresa não nos peça, fazemos um relatório de entendimento da posição que inclui as características de comportamento”, diz Meneses. A partir desta análise, é que serão definidas as estratégias de seleção usadas com cada candidato.
Além das entrevistas por competência, a checagem de referências também é uma prática utilizada no processo de recrutamento, assim como ferramentas psicométricas. “Partimos da premissa de que comportamento passado prediz comportamento futuro”, diz Meneses.
Na hora checar as referências indicadas durante a entrevista, ele opta por conversar com quem já foi subordinado, colega ou superior de cada candidato. “Mas, sempre respeitando a confidencialidade do processo”, afirma.
E, mesmo com as devidas especificidades de cada posição, algumas características sempre serão investigadas dentro deste processo. Veja quais são:
- Comprometimento e engajamento
Por meio destas duas atitudes é que a visão de dono do negócio – tão valorizada pelos especialistas em recursos humanos – apresenta-se na sua forma maneira genuína. E o envolvimento é mensurado, por meio de entrevistas por competência, checagem de referências, entre outras técnicas utilizadas pelos recrutadores.
- Foco em resultado
Bater metas e entregar além do que a empresa espera são pontos chave de quem se destaca na carreira. Essa, por exemplo, é uma das características que o presidente da Bombril adora encontrar em candidatos a oportunidades profissionais na empresa.
“O que eu mais gosto de perceber em um candidato durante a entrevista é se ele tem o perfil “hands on” (mão na massa), de quem não se apega a cargo, é preocupado com resultado, é humilde e generalista”, disse, em entrevista a EXAME.com.
- Adaptabilidade
Perfis pouco resistentes a mudanças se destacam em tempos de estruturas enxutas. Os melhores profissionais, aos olhos das empresas, são aqueles prontos a assumir funções que não estavam previstas na hora da contratação.
Na opinião de Meneses, esta habilidade ganhou força com a globalização do mercado e o grande número de fusões e aquisições consequentes. “Não é só por causa da crise”, diz.
- Visão estratégica
Principalmente em posições de gestão, o pensamento deve voltar-se também à projeção de resultados em longo prazo. Profissionais em cargos operacionais, em tese, estão mais restritos ao campo da tática que envolve os objetivos imediatos, segundo Meneses.
- Relacionamento interpessoal
Especialista em recrutar profissionais para multinacionais, Meneses afirma que os brasileiros costumam se destacar na questão de relacionamento com a equipe de trabalho.
Para ele, a importância da habilidade de relacionamento está justamente na sua ligação com a capacidade de construção de alianças no ambiente profissional.
- Gestão 360º
“Liderança é também estar aberto para ser liderado”, diz Meneses. Ou seja, não é o cargo no crachá que vai definir que “manda e quem obedece”.
É preciso se comunicar e influenciar não só pessoas que estejam em cargos mais baixos, mas também colegas e chefes. Executivos que agem desta maneira crescem mais rápido na carreira.
“As empresas mais em evidência com relação ao modelo de gestão são as de cultura mais flexível, escritórios abertos e algumas não tem nem lugar fixo de trabalho, justamente para estimular o pensamento mais aberto”