Empresas alertam para ataques virtuais durante Copa do Mundo
Um milhão de ligações de telefonia celular e 7,6 milhões de comunicações de dados, incluindo envio de e-mails, imagens e mensagens multimídia. Esses foram os dados contabilizados pelo Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviços Móvel Celular e Pessoal (Sinditelebrasil) em apenas um dia de Copa do Mundo do Brasil, nas 12 arenas que sediam o mundial.
É um cenário de festa, mas também de cuidados redobrados do quando o assunto é a segurança da informação. Com os olhos do mundo para o Brasil, os ataques dos criminosos virtuais são uma ameaça concreta.
Um dos focos de atenção dos usuários deve ser no acesso às redes Wi-Fi disponíveis, por exemplo, nos estádios. O especialista em segurança da Symantec, Nelson Barbosa, explica que o primeiro cuidado para o internauta é o de se certificar que o sinal que está conectando naquele momento é o oferecido pela organizadora e seus parceiros oficiais, no caso, as operadoras. Outra dica é ter sempre um software de segurança instalado nos dispositivos.
O engenheiro de sistema da F-Secure no Brasil, Roni Katz, comenta que, na hora de acessar as redes Wi-Fi, os usuários raramente se preocupam com quem está provendo a rede. As pessoas chegam aos restaurantes, bares e estádio e, ao ver que tem conexão grátis, passam a navegar como se estivessem na sua casa. “E é aí que mora o perigo, pois é muito fácil para um cibercriminoso montar um servidor de acesso à internet, e, por trás dos panos, capturar todos os seus dados dos usuários, como senhas de e-mail, redes sociais ou banco”, diz. Para se prevenir, ele sugere o uso de um software que faça a criptografia dos dados que transitam entre os dispositivos móveis e rede que provê a internet.
A Copa do Mundo também tem representado uma ameaça para os consumidores e empresas envolvidas nesse grande evento. A Symantec está alertando para ataques online contra patrocinadores, apoiadores e parceiros da Copa do Mundo da FIFA 2014 recém-agendado pelo Anonymous – grupo de ciberativistas motivados politicamente com integrantes localizados, em sua maioria, no Brasil. A ofensiva chamada de Operação Copa do Mundo/Hackear a Copa é baseada principalmente em Ataques de Negação de Serviço (DDoS) e tem como foco protestar contra o gasto de dinheiro público no evento esportivo.
Esses golpes virtuais estão sendo direcionados aos sites oficiais e de empresas relacionadas ao Mundial e seguem uma tendência apontada pelo recente Relatório de Ameaças à Segurança na Internet da Symantec, que demonstra que os ataques dirigidos apresentaram aumento de 91%.
Os principais objetivos incluem invadir sistemas, concretizar o roubo de dados e explorar softwares vulneráveis e de aplicação web para obterem alguma recompensa ou lucro financeiro. “Já na primeira semana da Copa do Mundo diversas empresas envolvidas com o evento tiveram os seus servidores atacados por sobrecarga de acesso, mas que não necessariamente reportaram publicamente esses ataques”, relata o especialista em segurança da Symantec, Nelson Barbosa.
A outra forma de ataque que grandes eventos provocam é contra os consumidores finais, nesse caso, com o intuito de se utilizar do clima dos jogos para tirar vantagem em promoções mirabolantes. Faz parte disso as falsas promoções prometendo tickets para os jogos ou sorteios de bolas e carros.
“São ações que muitas vezes parecem ser muito reais, mas que têm com intuito enganar os consumidores para tirar alguma vantagem financeira”, explica.
O engenheiro de sistema da F-Secure no Brasil, Roni Katz, diz que os ataques, até o momento, estão sendo menores do que o esperado. Mas, isso não significa que o tema não mereça atenção. “Existem tentativas de golpes acontecendo, como o que derrubou o site do Itamaraty, mas isso é algo que já era esperado para um evento de escala mundial”, diz Katz.