Taxas devem subir em linhas para as pequenas empresas

Posted by Clayton Teles das Merces on 15 janeiro 2014 in Sem categoria |

A retomada da inflação obrigou o Banco Central (BC) a aumentar a taxa básica de juros, a Selic, em 2013 e especialistas apostam em novo aumento na reunião de hoje. Essa decisão deverá ter impactos na taxa de juros para as famílias e empresas, pois o encarecimento do custo de captação de recursos dos bancos é repassado ao consumidor final.

Para especialistas ouvidos pelo DCI, o maior aumento deverá ocorrer para pequenas e médias empresas e em linhas voltadas para o consumo. Isso ocorre, pois a chance de inadimplência nessas linhas, somado a ausência de garantias para o pagamento dos empréstimos, são elementos que aumentam o risco para bancos.

“A tendência é que as instituições financeiras repassem esse aumento para linhas com maior risco de inadimplência. Isso já ocorreu no ano passado e esse processo deverá se intensificar neste ano”, afirmou o professor da Universidade Mackenzie, Ruy Lopes Cardoso.

Dados do Banco Central (BC) mostram esse fenômeno já ocorreu em 2013. A taxa de juros no crédito pessoal passou de 66,3% ao ano (a.a) em janeiro do ano passado para 68,1% para 86,4% em novembro do mesmo ano. No mesmo período, a taxa ficou estável em 24,5% no consignado, linha considera de menor risco.

De acordo com Ruy, no caso das linhas de consumo esse comportamento é reflexo de dois fatores. O primeiro é que nesse tipo de crédito o mais comum é não existir nenhuma garantia por parte do tomador para o caso de um não pagamento, o que aumenta o risco para o banco que cobra mais caro pelo empréstimo.

“Outro fator importante é cultural, o brasileiro ainda não tem o hábito de analisar as taxas das diversas linhas que estão disponíveis no sistema financeiro. O cliente acaba aceitando a linha oferecida pelo banco, que na maioria das vezes é o mais cara”, afirmou o professor.

No caso das pequenas e médias empresas, a falta de opções de crédito de longo prazo e ausência de garantias pesa para o aumento nas taxas. “Existe uma dificuldade de acesso a linhas de longo e médio prazo e os empresários precisam recorrer ao capital de giro que tem um custo alto”, afirmou Ruy Lopes.

Por último, o professor acredita que os bancos irão reforçar suas apostas em grandes empresas, principalmente por conta dos em projetos de infraestrutura. “O crédito para as empresas que participam desses projetos previstos e em andamento é de baixo risco de inadimplência, e por isso, a tendência é um redirecionamento dos recursos das outras linhas para esse segmento”.

Apesar dessa expectativa, os especialistas não apostam em uma explosão das taxas de juros, principalmente porque o governo está conseguindo controlar as taxas via bancos públicos. Além disso, os bancos estão preocupados com a inadimplência e um aumento de juros poderia aumentar o nível de calotes.

“Nos últimos anos o governo incentivou o consumo e as famílias se endividaram bastante. Os bancos estão atentos a isso e devem repassar no máximo o aumento da taxa básica de juros.

Caso contrário, correm o risco de ter um aumento nos calotes e por consequência nas Provisões para Crédito de Liquidação Duvidosa (PDD)”, afirmou o professor do Ibmec/Rj e economista da Simplific Pavarani.
“Ainda é difícil prever o que acontecerá em 2015, depende fundamentalmente do resultado da eleição”, completou.

Copyright © 2011-2024 Escrita Contabilidade All rights reserved.
This site is using the Desk Mess Mirrored theme, v2.5, from BuyNowShop.com.