As empresas empreendedoras foram responsáveis pela criação de 3,2 milhões de postos de trabalho assalariado de 2009 a 2011, o equivalente a 56% de todas as vagas criadas nesses três anos, informou a pesquisa Estatística de Empreendedorismo, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No período, as empresas registraram um aumento de cerca de 170% no número de vagas. Uma companhia é considerada empreendedora, chamada empresa de Alto Crescimento (EAC) quando possui 10 ou mais funcionários assalariados após ter registrado crescimento de ao menos 20% no pessoal ocupado assalariado nos três anos anteriores.
O IBGE separa ainda as empresas de alto crescimento orgânico, que são companhias que tiveram aumento no seu pessoal ocupado assalariado graças a novas contratações e não apenas por fusões ou incorporações. Essas empresas geraram 2,8 milhões de vagas, o equivalente a 48,5% do total de postos criados por empresas com pessoal ocupado assalariado. “Essas são empresas que efetivamente geraram postos, que não tiveram aumento de pessoal ocupado por uma fusão com outra empresa”, disse Cristiano Santos, responsável pela pesquisa.
A geração de postos de trabalho no Brasil ainda está concentrada em um pequeno número de companhias, ainda segundo estudo do IBGE. Em 2011, as EAC correspondiam a apenas 0,8% do total das companhias ativas no Brasil, mas eram responsáveis por 15,4% da massa de assalariados e 14,4% dos salários pagos aos trabalhadores brasileiros.
No entanto, a desaceleração do Produto Interno Bruto (PIB) afetou a capacidade de empreender do empresário brasileiro, e a geração de emprego perdeu fôlego. A taxa de crescimento do pessoal ocupado assalariado nas empresas empreendedoras passou de 37,0% em 2010 para 29,1% em 2011. No mesmo período, o PIB brasileiro saiu de um crescimento de 11,5% para 2,7%.
“A gente tem uma desaceleração quase geral nos indicadores dessa pesquisa de 2010 para 2011, mas isso reflete um pouco o período”, explicou Cristiano. “Fica mais difícil de as empresas empregarem no mesmo volume.”
No período, as empresas de alto crescimento reduziram ainda sua participação no número de empresas com empregados assalariados no País, na proporção de pessoal ocupado e no montante de salários pagos. Em 2011, o Brasil possuía 34.528 empresas de alto crescimento (EAC), com cinco milhões de empregados assalariados, que receberam R$ 95,4 bilhões em salários e outras remunerações. Embora tenha havido um aumento de 3,6% no número dessas empresas em relação ao ano anterior, elas representavam apenas 1,5% das companhias com pelo menos um assalariado em 2011, contra uma fatia de 1,6% registrada em 2010. Houve aumento de 0,8% no número de funcionários, mas, a proporção no total de assalariados do País caiu de 16,2% em 2010 para 15,4% em 2011. Já a massa de salários pagos cresceu 8,1% em relação a 2010, porém, a participação no pagamento total de remunerações caiu de 15,6% naquele ano para 14,4% em 2011.