Comércio prevê alta de 5% nas vendas de Natal

Posted by Clayton Teles das Merces on 20 novembro 2013 in Sem categoria |

São Paulo – A pouco menos de um mês para o Natal, alguns shoppings já exibem a decoração típica da data e os lojistas contratam vendedores extras para atender à demanda dos consumidores. Mesmo com o fraco desempenho da economia, o presidente da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pelizzaro, espera um aumento de 5% nas vendas em comparação com 2012.

O otimismo é justificado pela injeção de R$ 143 bilhões na economia, proveniente do pagamento do 13º salário, montante 9,8% em relação ao verificado no ano passado. De acordo com a pesquisa encomendada pela CNDL em parceria com o Serviço de Proteção do Crédito (SPC)*, 51% dos entrevistados devem utilizar o 13º salário para comprar presentes.

“O consumidor vai usar esse dinheiro extra para agradar os familiares. Além disso, as classes C e D, que movimentam as vendas, estão sentindo menos a inflação por conta da estabilização no preço dos alimentos”, argumentou Pelizzaro.

O índice de Preços do Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, aponta uma trajetória volátil para o grupo de alimentos e bebidas neste ano. O preço dos itens teve seu pico de alta em fevereiro – de 1,45% – e desacelerou gradativamente até protagonizar o maior recuo em junho, de 0,33%. Mas, a partir de então, um novo ciclo de alta se desenha. Em outubro, a inflação de 1,03% dos alimentos e bebidas fez os preços voltarem ao patamar de janeiro.

De acordo com projeção do mercado, a inflação geral deve terminar o ano em 5,84%, acima do centro da meta de 4,5%, mas abaixo do teto. “As classes C e D não avaliam o cenário com olhos de economista. Para esses consumidores, o que importa é a sobra de dinheiro na carteira. Por isso, a intenção é gastar mais em presentes do que no ano passado”, disse Pelizzaro.

A pesquisa aponta que 57% dos entrevistados acreditam na melhora da própria situação financeira. Neste grupo, 44% justifica a evolução com o aumento da renda. O gasto médio com presentes, que, em 2012, foi de R$ 358, deve saltar para R$ 490 neste ano, para adquirir cerca de quatro mimos.

Descolamento
“O desempenho do varejo está descolado do restante da economia, pois no Brasil não há uma cultura de poupança e por isso a população consome. O pico de pessimismo com a situação financeira aconteceu no primeiro semestre, com o medo da crise, mas já foi dissipado”, avalia o economista do SPC Fávio Fonseca.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o volume de vendas no varejo teve alta de 0,5% em setembro, o que confirmou o sétimo resultado positivo consecutivo. No ano, o indicador acumula avanço de 3,9%. “Com o Natal, esperamos que o varejo cresça 4,5% em 2013%”, projeta Fonseca.

Preferências
Os presentes mais procurados serão roupas e calçados, uma vez que 73% e 38% dos entrevistados, respectivamente, colocaram esses itens do topo da lista. Perfumes e cosméticos, com 33% da preferência, ocupam o terceiro lugar. No entanto, mais da metade dos pesquisados afirmou que gostaria de ganhar produtos eletrônicos, como notebooks ou tablets.

“Muitas pessoas podem se decepcionar ao abrir os pacotes”, brincou o presidente da CNDL, para quem foi uma surpresa o fato de 11% dos entrevistados apontar a intenção de comprar livros para presentear. “Isso mostra que há uma evolução no segmento cultural”, comenta.

Pagamento
O dinheiro foi apontado por 57% dos entrevistados como a forma de pagamento pretendida. Em segundo lugar, com menção de 16%, figura a opção por pagar as compras com cartão de crédito parcelado. O cartão de débito é a terceira opção, apontada por 12% dos pesquisados.

Na avaliação de Pelizzaro, a preferência pela utilização de dinheiro se deve à maior preocupação do consumidor em controlar os gastos. “A taxa de inadimplência vem mostrando queda ao longo do ano, pois o brasileiro está olhando para a segurança orçamentária”, disse. De acordo com o Banco Central, a taxa de inadimplência de pessoa física se manteve estável, em 7%, em setembro. Este é o menor patamar em mais de dois anos.

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