Clima de cautela deve prevalecer na semana

Posted by Clayton Teles das Merces on 11 novembro 2013 in Sem categoria |

A expectativa pelo aperto monetário nos Estados Unidos por conta de indicadores positivos aliada à deterioração da política fiscal no Brasil espalhou alto grau de nervosismo no mercado nos últimos pregões. O Ibovespa protagonizou quatro quedas consecutivas e recuou 3,27% no acumulado da semana, para os 52.248 pontos. O dólar disparou 2,71% nesta sexta-feira e terminou cotado a R$ 2,318.

De acordo com o analista da Ágora Corretora Daniel Marques, embora o clima de cautela permaneça, a bolsa de valores pode ter altas pontuais nas próximas sessões. “O Ibovespa foi bastante impactado, mas defendeu a importante resistência de 51.800 pontos. Desta maneira, pode buscar os 53.650 pontos, o que abre um ponto de entrada para aquele investidor que está ávido por uma compra”, diz. Marques ressalta, no entanto, que a volatilidade deve prevalecer e recomenda operações curtas, de, no máximo, quatro dias.

Para o economista da Vetorial Asset Management Pedro Paulo Silveira, o duelo entre governo e mercado no país deve prevalecer na próxima semana. Por isso, a agenda fica em segundo plano. Os dados do varejo, na quarta-feira, e a prévia do PIB, o IBC-BR, na quinta-feira, não devem mexer com o humor dos investidores.

Balanços
No entanto, Silveira destaca que a continuidade da temporada de balanço sempre impacta os negócios. Serão conhecidos os números do resultado do terceiro trimestre de empresas como Banco do Brasil, Eletrobras, das construtoras Brookfield, Cyrela e Rossi, dos frigoríficos Marfrig, Minerva e JBS e das empresas de educação Anhanguera, Kroton e Abril.

Vale destacar que a semana será mais curta. O feriado de segunda-feira nos Estados Unidos -Dia dos Veteranos – fecha o mercado de títulos e as bolsas operaram, mas provavelmente com volume reduzido. Já na sexta-feira, é comemorado o dia da Proclamação da República e os mercados não operam.

O economista-chefe da Geral Investimentos Denilson Alencastro afirma que a atenção dos agentes deve se voltar para os indicadores americanos por conta da expectativa pela redução do programa de compra de títulos do Federal Reserve (Fed). Entre os destaques, está o Índice de Atividade Nacional, a ser divulgado pelo Fed na quarta-feira. “Na sexta-feira, será conhecido ainda o dado de produção da indústria americana de outubro, mas o número só deve impactar por aqui na outra semana”, disse.

Na avaliação de Alencastro, o nervosismo por conta de uma possível redução do estímulo pelo Fed ainda este ano é exagerado. “Embora os dados de emprego tenham mostrado avanço, a taxa de desemprego ainda está em 7,3%. E a autoridade monetária sinalizou que o patamar ideal para a diminuição do ritmo do estímulo seria de 6,5%”, afirma o economista, para quem qualquer tipo de declaração de membros do governo brasileiro em relação à política fiscal pode mexer de forma consistente, para o bem ou para o mal o mercado.

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