Escassez de talentos na área preocupa dirigentes
Habilidades de liderança e visão estratégica de negócios são alguns dos aspectos mais valorizados por diretores financeiros na escolha de um profissional da área contábil, de acordo com uma pesquisa da empresa de recrutamento Robert Half. Segundo o levantamento, o Brasil é o país que mais se preocupa com a falta de talento interno na hora de uma sucessão.
A pesquisa foi feita com mais de 2.500 diretores financeiros de 17 países. No Brasil, mais de um terço dos respondentes não conseguiu identificar um sucessor em uma situação em que tiveram que deixar o trabalho repentinamente, e 49% deles atribuíram a dificuldade à falta de talento interno – o maior número entre os países, sendo que a média mundial foi de 34%.
“Nos últimos dois anos, houve um momento de expansão no mercado como um todo. Agora, as empresas estão olhando mais para dentro, para áreas de suporte como a contábil, em busca de mais rentabilidade”, diz o gerente sênior de finanças da Robert Half, Fábio Saad. De acordo com ele, profissionais de contabilidade estão entre os mais difíceis de recrutar em finanças, em parte porque são vitais para qualquer empresa, independentemente do tamanho e setor. Em razão das especificidades de legislação de cada país, multinacionais têm problemas para trazer profissionais de fora para atuar nessa área. Ao mesmo tempo, o funcionário precisa ser capaz de se comunicar em inglês com fluência para explicar a complexidade do sistema brasileiro para a matriz.
Habilidades de comunicação, liderança, negociação e visão estratégica são os principais atributos que os diretores financeiros que participaram do levantamento buscam em profissionais do setor. Segundo Saad, são também as habilidades mais difíceis de encontrar. “Existe uma carência do ponto de vista comportamental. O contador tem uma formação muito técnica, geralmente é uma pessoa mais reservada e que não tem uma visão geral de gestão”, diz.
Para os diretores, as ferramentas que mais podem contribuir para a formação desses profissionais são os programas de coaching e mentoring (29%), seguido de treinamento interno (27%), e só então o treinamento externo (21%).