O Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) chegou a realizar um estudo para avaliar o impacto da desoneração anunciada em março pela presidenta Dilma Rousseff e alterada ontem pela Câmara dos Deputados. Cálculos do órgão repassados à TRIBUNA DO NORTE mostraram que a primeira desoneração, que contemplou 19 itens da cesta básica, iria baratear em 3,48% uma lista de produtos que o órgão pesquisa mensalmente.
Dos 12 produtos que entram na pesquisa do Dieese, cinco foram atingidos pela medida (carne bovina, café, açúcar, óleo e manteiga). A redução dos tributos nessa lista permitiria ao consumidor economizar R$ 9,87 em março, segundo o órgão.
“Esse alívio é muito pouco se comparado ao que os produtos subiram. Entre janeiro e fevereiro houve alta de mais de 18% em Natal. Essa alta chega a 30% nos últimos 12 meses. Isso está corroendo o salário mínimo”, disse o supervisor técnico do Dieese-RN, Melquisedec Moreira, em entrevista publicada em março deste ano.
Um novo estudo realizado pelo Dieese, mostrou, porém, que os efeitos da desoneração foram ainda mais limitados. A nova pesquisa, divulgada em junho pelo orgão – a primeira após o anúncio do benefício –, apontou que os preços caíram só 1,42% em março, na capital, em relação a fevereiro. O Dieese esperava que o recuo fosse quase duas vezes maior: de 3,48%. “Esperávamos uma economia de quase R$ 10, mas ela ficou muito abaixo disso (R$ 2,02)”, observou o supervisor técnico do Dieese/RN, Melquisedec Moreira, em entrevista concedida após a divulgação do levantamento.
A equipe de reportagem tentou contato ontem com o Dieese para comentar a inclusão de mais 22 produtos na lista de itens contemplados pela Medida Provisória, mas não obteve êxito.