Microempresa já é a maior
Quase metade dos negócios ativos no País (49,95%) é formada por Microempreendedores Individuais (MEIs) e Empresários Individuais, aponta o Censo das Empresas e Entidades Públicas e Privadas Brasileiras (o “Empresômetro”), do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). O regime de baixa burocracia e baixo custo para instituir esse tipo de negócio explica o aumento, apesar de a modalidade jurídica ser relativamente nova, disse o coordenador de estudos do IBPT Gilberto Luiz do Amaral.
Porém, com o passar do tempo, esse número vai diminuir, pelo aumento da transformação desses MEIs em empresas de micro e pequeno portes. Muitos deles já ultrapassaram a receita anual de R$ 60 mil e migraram para o regime do Simples Nacional, ou fizeram transição direta para o Lucro Presumido. É um número ainda pequeno, em torno de 0,2%, mas que cresce mês a mês, cada vez mais.
Outro dado importante do perfil do empreendedor brasileiro é a diminuição da mortalidade das empresas no primeiro ano de atividades, segundo o estudo do IBPT. Na década de 70, quando o Brasil viveu o período do “Milagre Econômico”, esse índice era de 29,15%. Hoje, época em que o País passa por outro momento de crescimento econômico, esse índice caiu para 15,41%.
O aumento do acesso ao crédito a partir da década passada, a instituição do Simples Nacional – que diminuiu a burocracia para a formação de pequenos empreendimentos – e a tecnologia, que permitiu o acesso a programas do governo que facilitam a atividade do empreendedor, explicam essa queda. O dado positivo é que, consequentemente, aumentou a idade média das empresas para 8,7 anos, ante 5,2, na década de 70.
Em relação à atividade econômica, o Empresômetro indica que 43,91% dos empreendimentos estão no ramo de serviços. Outros 42,07% estão no comércio, e 7,16% na Indústria. A grande quantidade de empreendimentos no setor de serviços (mais de 5,6 milhões) é explicada pela predominância de micro e pequenos negócios no total de empresas (85%). “Para novos empreendedores, esse é um tipo de atividade que demanda menor capital, não precisa de local específico para exercê-la. Por isso a tendência é de se manter em alta”, completou Amaral.
Outros dados – O IBPT – que também desenvolveu o Impostômetro, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) – mapeou outras informações em seu censo das empresas, com base em dados oficiais dos últimos 12 meses (até 30 de setembro). De acordo com o Empresômetro, há mais de 12 milhões de empreendimentos em atividade no País, sendo que a maioria (13,78%) tem até um ano de existência. Menos de 1% deles tem até 50 anos, e apenas 149 foram criados há mais de 100 anos.
São Paulo está no topo do ranking das empresas, com mais de 3,7 milhões de estabelecimentos (29%), seguido por Minas Gerais (9,8%) e Rio de Janeiro (8,2%). A região Sudeste representa a maior fatia dos negócios no País, com 49,36% do total.
O estudo levantou o número de empresas com filiais: 190.884, sendo que 92% têm apenas uma. Um dado curioso é a pujança dos empreendimentos religiosos (ou sem fins lucrativos). A primeira da lista é a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, com 7.941 filiais; as igrejas do Evangelho Quadrangular e a Universal do Reino de Deus estão na quarta e quinta posições, com 5.558 e 4.654 filiais.
Texto confeccionado por: Karina Lignelli
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