Avanço da economia trará forte alta nos salários, prevê a Quest
Em um mercado de trabalho apertado e com crescimento moderado da população economicamente ativa (PEA), qualquer pequena variação positiva da atividade resultará em grande oscilação nos salários, de acordo com Fabio Ramos, economista da Quest Investimentos. Ele diz que o estoque de trabalhadores desocupados é baixo — o que é refletido na baixa taxa de desemprego, que ficou em 5,4% em setembro, de acordo com a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), divulgada nesta quinta-feira. Por isso, pequenas oscilações na demanda por trabalhadores têm forte impacto nos salários.
No entanto, o economista pondera o crescimento de 4,3% do rendimento médio real dos ocupados na comparação entre setembro deste ano com igual mês de 2011. “Apesar do crescimento do emprego, os salários estão fracos. Como a atividade hoje ainda está fraca, o poder de barganha do trabalhador diminuiu. E a própria inflação [mais baixa que em setembro do ano passado] ajuda a poluir esse índice [4,3%], indicando salários reais maiores”, afirma.
De acordo com dados dessazonalizados pela Quest, o rendimento caiu 0,2% na passagem de agosto para setembro, e a queda na média móvel trimestral foi ainda maior: 0,5%. “O salário é muito volátil. Esperamos que o rendimento acelere nos próximos meses na comparação com os meses anteriores, mas desacelere na comparação interanual, porque os salários estavam altos no fim do ano passado, num momento em que o PIB não crescia.”