Brasileiro está mais endividado, mas não deixa de pagar suas contas
SÃO PAULO – Os brasileiros estão acumulando mais dívidas, considerando a situação dos cidadãos entre os anos de 2011 e 2010. No ano passado, 62,5% das famílias brasileiras estavam endividadas, crescimento de 6,39% frente 2010, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (16) pela FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo).
Esse crescimento significa que, somente nas capitais, 525 mil famílias contraíram dívidas novas. O volume de dívidas nas capitais também aumentou, quase 12% no período. Se em 2010 as famílias deviam R$ 145,1 bilhões, em 2011 esse montante subiu para R$ 161,9 bilhões, ou R$ 13,5 bilhões por mês.
Rendimento das famílias aumenta
Por outro lado, o rendimento das famílias endividadas cresceu 11,7%, saltando de R$ 491,5 bilhões para R$ 549,2 bilhões, ou R$ 45,8 bilhões por mês. O brasileiro conseguiu aumentar sua dívidas sem ampliar, na mesma proporção, a parcela da renda comprometida com esta. Nesse quesito, segundo a Fecomercio, houve ligeira redução. O recuo foi de somente 0,04 ponto porcentual.
A rigor, isso mostra que houve estabilidade na relação dívida/renda, demonstrando que as famílias estão aprendendo a administrar melhor sua renda. O que pode confirmar essa avaliação é que a relação dívida/renda em 2010 foi de 29,5%, “enquanto os economistas mais conservadores afirmam que é saudável ter até um terço da renda comprometida com dívidas”, diz a FecomercioSP.
Inadimplência recua
A federação ainda observa que houve redução de 2 p.p. no número de famílias inadimplentes, que hoje representam somente 22,9% do total, e a retração de 0,9 p.p. no total de famílias que afirmam não ter condições de pagar total ou parcialmente suas dívidas, que hoje são 8% da população.
Por outro lado, houve aumento de 2,4 p.p. na taxa de juros na média nacional computada pelo BC (Banco Central). O aumentou custou às famílias um desembolso adicional de R$ 42,3 bilhões no ano.
No total, foram R$ 183,5 bilhões gastos com juros, somente nas capitais brasileiras. “Montante poderia ter ampliado o consumo das famílias e, consequentemente, alimentado à cadeia produtiva, estimulado a geração de emprego e renda e o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto)”, avalia a federação.
Os dados apresentados pela FecomercioSP fazem parte do estudo a “Radiografia do Endividamento das Famílias Brasileiras”.