IR irregular de executivos rende ao fisco R$ 160 mi

Posted by Clayton Teles das Merces on 9 maio 2012 in Sem categoria |

Valor abrange cerca de cem declarações

Executivos remunerados com opções de compra de ações estão na mira da Receita Federal.

O fisco detectou irregularidades com as “stocks options” (ações que a empresa repassa a funcionários a título de bônus) nas declarações de cerca de cem executivos no Imposto de Renda 2011.

A ofensiva rendeu perto de R$ 160 milhões aos cofres públicos. Os nomes dos executivos e das empresas não foram revelados.

A irregularidade ocorre quando o executivo recebe ações e elas não entram no cálculo do rendimento para efeito de incidência do IR e do recolhimento da contribuição previdenciária.

“Não importa como é o recebimento. Se é de natureza salarial, isso tem que ir para a tabela do IR”, disse o coordenador-geral de Fiscalização da Receita, Iágaro Jung Martins.

Martins disse que a remuneração complementar por meio das “stocks options” é uma prática idônea.

O instrumento dá aos executivos o direito de comprar ações da empresa em que trabalham com um desconto em relação ao preço de mercado.

A investigação se estendeu às companhias que concederam as “stocks options” e são responsáveis pela retenção do IR na fonte e pelo recolhimento da contribuição previdenciária sobre o salário.

Nos casos detectados e comprovados de tentativa de disfarce de remuneração com as opções de ações, o executivo tem que pagar 27,5% referente ao IR e multa de até 150% sobre o valor sonegado.

A empresa coparticipante tem que recolher 20% sobre o valor sonegado a título de contribuição previdenciária e multa de 50% sobre o IR não retido na fonte.

Além de integrarem o cálculo da totalidade do rendimento recebido, as “stocks options” precisam ser declaradas no IR como patrimônio.

Quando o contribuinte se desfizer da ação, terá que recolher 15% de IR sobre a diferença entre o valor de aquisição e o de venda, a título de ganho com aplicação em renda variável.

A Receita informou que investigações de fraudes cometidas por pessoas físicas já renderam R$ 5,9 bilhões em créditos ao governo federal.

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