Num momento em que tantas empresas cortam investimentos e promovem demissões em massa, sonhar com uma promoção parece loucura. Mas não é.
De acordo com Lucas Nogueira, gerente sênior da consultoria Robert Half, o processo de ascensão profissional sofreu grandes transformações com a crise econômica, mas continua sendo possível.
?Até dois ou três anos atrás, havia muitas posições em aberto, inflação salarial e uma relativa facilidade para galgar posições?, afirma. ?Era um cenário irreal?.
Hoje, com a escassez de recursos, a distribuição de promoções ocorre de forma mais criteriosa ? e, na opinião de Nogueira, meritocrática. “Mais do que nunca o executivo está sendo testado, e precisa realmente se provar para subir hierarquicamente”, explica ele.
Embora mais raras e disputadas, as promoções seguem acontecendo para profissionais que revelam certas competências técnicas e comportamentais. Veja a seguir algumas delas:
1. É flexível
De acordo com Rodrigo Maranini, gerente da consultoria Talenses, o acúmulo de trabalho imposto pela crise revela quem são as pessoas mais ?elásticas? da equipe. ?Enquanto algumas não aceitam fazer nada além das tarefas que ?são pagas para fazer?, outras estão dispostas a incorporar novas atribuições sem se queixar?, afirma. ?O segundo grupo tem mais chance de ganhar visibilidade na empresa e receber uma promoção hoje ou num futuro próximo?.
2. Dá resultados mensuráveis
Quem é improdutivo não corre apenas o risco de não ser promovido: sua própria permanência no emprego está sob ameaça. Mais do que nunca, as empresas buscam e recompensam profissionais com alto rendimento. ?As promoções têm sido cada vez menos políticas, como no passado, e cada vez mais técnicas ou científicas, com base em números que comprovam a produtividade de cada um?, diz Maranini.
3. É capaz de ser líder mesmo sem ser chefe
Para Lucas Nogueira, gerente da Robert Half, quem pretende galgar posições hierárquicas deve mostrar potencial para gestão. Em outras palavras, mostrar-se capaz de ensinar, inspirar e unir os demais, mesmo sem ocupar formalmente um cargo de chefia. Para liderar, é importante saber se comunicar de forma clara e didática, além de esbanjar inteligência emocional.
4. Não se deixa contaminar pela melancolia coletiva
A boa gestão das emoções não serve apenas para se posicionar como um líder natural da equipe: ela também é fundamental para manter o seu discurso positivo em meio ao desânimo geral causado pela crise. ?Espalhar negativismo entre os colegas, maldizer o chefe ou alimentar fofocas são atitudes que eliminam qualquer chance de crescimento na empresa?, diz Nogueira. Quem tem potencial para ser promovido faz o contrário: tem um discurso otimista, resiliente e com foco no trabalho.
5. Investe em habilidades técnicas
Embora apostar numa pós-graduação ainda seja importante, garantir a qualidade das suas tarefas operacionais se tornou decisivo na crise. ?As empresas precisam mais do que nunca de profissionais com excelência técnica”, explica Nogueira. “É fundamental exibir competências úteis para o dia a dia, como o domínio efetivo do inglês e das novas tecnologias?.
6. Permanece curioso
O fantasma da demissão e o excesso de trabalho, duas consequências inevitáveis da crise, jogam contra o interesse e a disponibilidade de muita gente. Quem consegue fugir a essa regra se dá bem. ?Chama a atenção quem continua curioso para aprender e se mostra entusiasmado em discutir novos projetos?, explica.
Fonte: Exame.com Notícia publicada sexta-feira, 01 de julho, 2016