A inflação medida pelo Í;ndice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) acelerou entre janeiro e fevereiro, de 0,92% para 1,42%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi a taxa mais alta para os meses de fevereiro desde 2003, quando foi de 2,19%. Em igual mês do ano passado, a alta foi de 1,33%. Apenas no primeiro bimestre a inflação já acumula alta de 2,35%.
O indicador é uma prévia do IPCA, que baliza o sistema de metas de inflação. O que muda entre os dois índices é o período de coleta de preços e a abrangência geográfica.
O IPCA-15 de fevereiro ficou acima da estimativa média de 1,28% apurada peloValor Data e até do teto das previsões, que foram calculadas junto a 19 instituições financeiras e vão de alta de 0,96% até 1,38%.
No acumulado dos últimos 12 meses, o índice subiu 10,84%, a maior taxa desde novembro de 2003, que chegou a 12,69%. A taxa está bem acima do teto do intervalo da meta perseguida pelo Banco Central, de 6,5%.
As pressões mais fortes na formação do índice do mês vieram dos grupos alimentação e bebidas, com alta de 1,92% e impacto de 0,49 ponto percentual, transportes, com 1,65% e 0,30 ponto e educação, com 5,91% e impacto de 0,27 ponto. Juntos, foram responsáveis por 1,06 ponto, ou 75% do IPCA-15.
Nos alimentos, destacaram-se com aumentos significativos, a cenoura (24,26%), a cebola (14,16%), o tomate (14,11%), o alho (13,08%), a farinha de mandioca (12,20%) e as hortaliças (8,66%). As tarifas dos ônibus urbanos, com alta de 5,69%, se destacam no grupo transportes, com reajuste em sete regiões metropolitanas. foram registrados, também, aumentos expressivos nas tarifas de trem (6,12%), metrô (5,27%), ônibus intermunicipais (5,04%) e táxi (3,65%), além da alta do litro do etanol (4,92%) e da gasolina (1,20%).
A alta de 5,91% registrada no grupo educação reflete os reajustes praticados no início do ano letivo, especialmente os aumentos nas mensalidades dos cursos regulares, item que subiu 7,41%. Constituiu-se no maior impacto individual no índice do mês, 0,21 ponto.
Os demais aumentos foram registrados em artigos de residência, que acelerou de 0,48% para 0,86%; saúde e cuidados pessoais, que passou de 0,66% para 1,04%; e comunicação, de 0,11% para 0,91%. Entre janeiro e fevereiro, desaceleraram os itens habitação, de 0,57% para 0,40%; vestuário, de 0,49% para 0,14%; despesas pessoais, de 0,11% para 0,91%.