A entrega das declarações do IRPF (Imposto de Renda Pessoa Física) está mais simples a cada ano. A Receita Federal tem facilitado a vida do contribuinte, oferecendo ferramentas digitais para que eles possam fazer a declaração com segurança e sem erros. Por outro lado, esta simplificação tem reduzido a clientela dos contadores – profissionais que são contratados para fazer a prestação de contas de terceiros. Este ano, a entrega da Declaração do IRPF começou na segunda-feira (dia 2) e deve se estender até o dia 30 de abril. Segundo o supervisor-geral de Imposto de Renda e assistente de comunicação da Receita Federal, Valter Koppe, a cada ano, a instituição tem criado mecanismos para auxiliar o contribuinte. “Este ano, por exemplo, a simplificação culminou com a criação do rascunho. O contribuinte vai lançando as informações, sem que elas sejam consideradas antes, e, no momento da entrega da declaração, já terá as informações reunidas”, descreve. Outra novidade para 2015 é a interligação de smartphones e tablets com o computador pessoal. “Desde 2014, já era possível fazer a declaração por meio de dispositivos móveis. Agora, pode alternar entre os aparelhos e finalizar no computador, por exemplo, se a pessoa tiver a certificação digital”, comenta Koppe.
PROCURA O contador Ednelson Jurgensen tem um escritório de contabilidade há quase 20 anos. De acordo com ele, a procura pelo serviço de preenchimento e entrega de declarações aumentou ao longo dos anos com a melhora na renda da população e a defasagem na tabela doIRPF. Teve ainda aumento de casos de contribuintes com retenção na fonte, que acabam declarando também para restituir. A contratação de um profissional para o serviço, segundo ele, é a garantia de segurança no processo. “As pessoas ainda não se sentem confortáveis em fazer sozinhas a declaração”, afirma. Apesar disso, Jurgensen acredita que a procura pelo serviço este ano pode diminuir. “Acredito que pelo menos metade vai tentar fazer sozinha”, especula. Para ele, clientes – como aqueles que são funcionários com renda fixa, que recebem o informe de rendimentos e têm poucas despesas, como plano de saúde e alguns dependentes – podem tentar fazer a declaração. “Desses, os que não conseguirem vão acabar procurando um profissional”, comenta. Já o contador Alexander Alves de Oliveira acredita, por outro lado, que a procura de seus clientes não deve mudar, até mesmo pelo temor de cair na malha fina, mas também por comodidade. “Pela falta de tempo, pela segurança de ter tudo feito da maneira correta e não correr o risco de pôr nada a menos ou a mais, comprometendo a restituição, os clientes ainda vão nos procurar”, diz.