Escrita Contabilidade

Simulador de impostos tenta facilitar a vinda de empresas japonesas ao Brasil

SÃO PAULO – Passados 116 anos desde que o navio Kasato Maru aportou no Brasil, trazendo os primeiros imigrantes da terra do sol nascente, os japoneses começam novamente a se interessar pelo País. Na última sexta-feira, enquanto a presidente Dilma Roussef recebia o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, no Palácio do Planalto, a maior empresa de turismo e comércio exterior japonesa, a JTB, apresentava um software simulador de impostos de importação brasileiros que vai ajudar empresas daquele país a calcular quanto seu produto custará aqui, incluindo todas as taxas.

O programa, feito em parceria com a brasileira Hypercreative, visa facilitar o caminho de cerca de 4 milhões de empresas japonesas, das quais 99% são pequenas e médias, para trazer seus produtos ao Brasil. Durante o encontro, os líderes dos dois países assinaram acordos comerciais importantes para o estreitamento das relações econômicas e diplomáticas. Algo essencial, uma vez que o Japão é o sexto principal parceiro econômico do Brasil e o segundo na Ásia, perdendo apenas para a China. O fluxo comercial entre os países em 2013 somou US$ 15 bilhões. “Mas isso poderia ser muito maior, principalmente se o processo de importação fosse mais claro para os japoneses”, explica o presidente da Hypercresative , Lucas Kenichi Shirahata.

Segundo o executivo, existem muitas empresas interessadas em vir para o Brasil, mas as questões tributárias são confusas para os japoneses. “Nem sempre compensa trazer algo para cá em função das altas taxas de importação, como peças de automóveis, por exemplo. Nesse caso, mostramos que é melhor nacionalizar a produção”, explica Shirahata.

De acordo com o CEO da JTB Corporate, Hisashi Ichikawa, como a maior parte das empresas japonesas é formada por pequenas e médias esse cálculo é um complicador a mais. “Para um empresário japonês não é tão fácil entender a dinâmica da economia brasileira, muito menos a carga tributária do País”.

Shirahata, que já foi responsável pela importação de equipamentos musicais da japonesa Roland para o Brasil utilizou seu conhecimento para chegar ao programa que cobrisse todos os passos de uma importação e assim poder fazer uma análise completa para que empresas estrangeiras saibam quanto seu produto vai custar aqui na ponta final. “O IterCosm é capaz de simular até mesmo custos de fretes, além das taxas, antecipando o valor final da mercadoria importada, o que permite um planejamento completo antes mesmo de qualquer embarque”.

O software além de rodar em português e japonês também pode ser utilizado em inglês e alemão. Mas Shirahata, explica que a Hypercreative não é uma start up. “Já atuávamos no mercado e levamos 9 meses para criar o software. Hoje já atendemos cerca de 30 empresas interessadas em trazer seus produtos. Esperamos chegar até 70 até o final do ano”, diz.

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