SÃO PAULO – Ainda é pequeno o volume de empresas que se utilizam de servidores no escritório ou em cloud server. A tendência é crescer, já que os preços dos servidores estão muito mais acessíveis e o conceito de nuvem está se fortalecendo como uma ótima opção. Também os empresários estão mais informados sobre o assunto. Esta é a opinião de Evandro Sarmento Pinto, empresário e consultor no segmento de informática e tecnologia da informação. Ele também é proprietário da Modus Informática, sediada em São José dos Campos, que há 18 anos atua no mercado, tendo uma carteira de dois mil clientes, além de ser uma das precursoras no uso de soluções em servidores cloud, um conceito que tende a se consolidar com o passar dos anos.
A Modus buscou criar facilidades para seus clientes que se encaixassem nas necessidades e nos orçamentos. Além de criar um servidor próprio para atender a um segmento com menor grau de exigência, continua a montar servidores locais e adotar aplicações na web que se utilizam de servidores de hospedagem ou clouds. Isso quando não cria variações combinadas. Segundo o consultor, é desaconselhável enveredar para soluções intermediárias e de resultado duvidoso, como o uso de PC no lugar de um equipamento projetado para realizar as tarefas. Este seria o tipo de solução muito procurada pelo baixo custo envolvido.
Para montar um servidor básico atualmente é necessário desembolsar cerca de R$ 6 mil, valor muito próximo ao que se gastaria nesta tentativa de equacionar gastos. “O que mais difere é a robustez do equipamento, fundamental para o desempenho correto e esperado. A empresa precisará do serviço de instalação e de gerenciamento, que pode ser terceirizado ou não. O grande problema é quando se percebe que a máquina dá muito pouco problema e se acaba negligenciando com o servidor. Há empresas que deixam o equipamento rodando até dar problema e algumas vezes o caso é insolúvel”, observa Sarmento. Outra falha comum são a falta de backup e o uso de softwares muito antigos, o que facilita invasões de vírus e hacker. O usuário de servidor local precisa estar atento às inovações e melhorias presentes no mercado e seguir as instruções básicas de seus consultores em informática.
Nas nuvens
No começo dos anos 2000, a Modus se lançou no segmento de aplicações na web, uma concepção ousada para a época, cujo conceito de nuvem sequer era aventado. A solução era encontrar maneiras de o cliente utilizar o navegador conectado à internet para executar seus programas. Além do desenvolvimento e consultoria, ficou clara a necessidade de atender também com uma hospedagem própria, que não requeresse a intermediação de diversos profissionais e serviços de terceiros. “Nesta época, a hospedagem era cara e as opções no Brasil ainda eram muito reduzidas. Um cenário totalmente diferente do atual, que, além de ser simples, apresenta um custo muito baixo, da ordem de R$ 25,00 por mês. Na maioria dos casos, tínhamos que usar servidores em outros países, como nos Estados Unidos, pagar em dólar e torcer para que não houvesse problemas de conexão e mesmo de manutenção”, recorda.
O servidor na web tem suas vantagens, como custo bem mais baixo que o local. Os valores podem variar de R$ 600 a R$ 2,5 mil. Mas há riscos, só que menores, em relação aos existentes nos primórdios do uso dos servidores a distância.
O caso clássico é apresentado como impedimento de se levar para servidor cloud e optar pelo local. Uma companhia de engenharia, prestadora de serviços para a Embraer e, portanto, detentora de informações sigilosas, foi alertada para criar um sistema interno com alto grau de segurança para manter seus programas em funcionamento e armazenados. Os dados não saem de dentro do prédio e só são acessados por funcionários autorizados, devidamente credenciados e treinados para isso. O ponto contra o servidor cloud ou por hospedagem é a conexão da internet. Se cair o sinal, para tudo, literalmente. E ainda existe o risco de se perder o que foi executado.
Sarmento acredita que a grande revolução no sistema venha com o que está ocorrendo no e-commerce. O mix de usos fará a diferença.