A Copa do Mundo, as eleições e a expectativa de novos investimentos e reajustes de preços prometem agitar a indústria nacional de papéis em 2014. Embora a expectativa mais positiva esteja associada ao mercado de papéis usados na confecção de embalagens, o segmento de papéis de imprimir e escrever pode ser surpreendido com a demanda usualmente mais forte em anos eleitorais.
Os fabricantes de papel cartão e para embalagens iniciam o ano em meio a projetos de ampliação de capacidade. Mas a pressão sobre os preços deve continuar até que as novas linhas de produção entrem em operação, assim como ocorreu no segundo semestre de 2013, quando reajustes na casa dos dois dígitos foram anunciados.
No mercado de papéis de imprimir e escrever, reajustes de preço também foram feitos, refletindo o ambiente menos favorável ao papel importado, fruto da desvalorização do real ante o dólar e das medidas de controle ao produto fabricado no exterior. Com o preço internacional mais elevado, fabricantes locais aproveitaram para recompor parcialmente as margens corroídas nos últimos anos.
Além de crescerem mais, os segmentos de papelão e papel cartão são beneficiados pela falta de oferta no mercado doméstico. Para evitar um futuro desabastecimento, fabricantes como Klabin e Orsa International Paper preparam expansões.
Investimentos. Líder dos mercados de papelão ondulado e papel cartão, a Klabin investirá cerca de R$ 900 milhões em projetos de expansão de capacidade entre 2013 e 2014.
A Orsa International Paper, por sua vez, planeja investir US$ 47 milhões em 2014 para, entre outras medidas, ampliar a capacidade das fábricas de Nova Campina (SP), Rio Verde (GO) e Manaus (AM).
“O governo continuará apostando no consumo em 2014 e temos um alto índice de emprego”, analisa o presidente da Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO), Sergio Amoroso. Esse ambiente, combinado à realização da Copa e das eleições, deve possibilitar uma expansão de cerca de 4% na venda de papelão em 2014.
A Copa, prevê o vice-presidente para o negócio de papelão ondulado da MWV Rigesa, Paulo Iserhard, deve estimular o consumo fora da residência, com ênfase na demanda por alimentos e bebidas, além dos eletroeletrônicos.