O Norte e o Nordeste mantêm-se na liderança de expansão econômica este ano. Na indústria de automóveis, por exemplo, o Nordeste deve ampliar sua participação nas vendas no País até 2018, segundo levantamento de estudo da Tendências Consultoria obtido pelo DCI. A pesquisa mostra que, além da baixa densidade veículo por habitante, o número de famílias que irão ascender às classes A e B – que respondem por 70% da demanda por veículos – deve crescer mais do que o resto do País.
“No Norte e Nordeste, a migração de classes, elevação da renda, avanço do crédito e o potencial de consumo devem impulsionar a venda de automóveis”, afirma um dos autores do estudo, Rodrigo Baggi. De 2006 para cá, a participação da região que mais consome automóveis no País, a Sudeste, caiu de 53% para 50% das vendas totais e a tendência é que a queda se acentue nos próximos anos, com ganho de share pelas regiões Norte e Nordeste.
“A média de incremento deste indicador, no Nordeste, será de 6% ao ano, enquanto no resto do País será de 4,5%”, destaca.
Enquanto a atividade econômica do Brasil cresceu mais moderadamente no trimestre encerrado em agosto, a região Norte foi a que contou com a maior taxa de crescimento no período, conforme dados do Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Norte (IBCR-N). O crescimento do Índice de Atividade Econômica da entidade (IBC-Br) atingiu 0,1% no trimestre encerrado em agosto, ante 2,1% da região, segundo o Boletim Regional .
O diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton de Araújo, afirmou que desde o último Boletim Regional “houve continuidade do ciclo de ajustes das condições monetárias” e os riscos para a estabilidade financeira global permaneceram elevados. Na Região Norte e Nordeste, as perspectivas apontam continuidade do crescimento da economia, com intensificação da atividade no polo industrial de Manaus, ritmo forte da atividade extrativa no Pará e avanço dos projetos de investimentos, prevê.
O varejo eletrônico, no entanto, vê o preço do frete como grande entrave para maior expansão no Norte e Nordeste do País. Para driblar o caos logístico e os custos, as empresas apostam em parcerias para atuar nessas regiões. A Netshoes fez acordo com os Correios para ampliar a distribuição.