O descontrole financeiro cresceu no segundo trimestre do ano e passou a representar 28% dos casos de inadimplência dos consumidores, de acordo com pesquisa da Boa Vista Serviços, administradora do Serviço Central de Proteção ao Crédito(SCPC), divulgada na última quinta-feira.
O levantamento ouviu 1,1 mil pessoas no balcão de atendimento da empresa, localizado no Centro de São Paulo.
No primeiro trimestre do ano, esse motivo era apontado por 24% dos consumidores como causa do atraso no pagamento de contas.
O desemprego registrou queda como razão mais indicada para a inadimplência, mas segue em primeiro lugar, com 30% dos casos, contra 31% nos três meses anteriores e 32% no segundo trimestre do ano passado, afirma o levantamento. Em terceiro lugar vem o empréstimo a terceiros, com 10%.
De acordo com a Boa Vista, 30% dos entrevistados têm entre duas e três contas em atraso, enquanto 21% têm quatro ou mais.
Além disso, 33% das dívidas não pagas estão abaixo de R$ 500, e outros 33% dizem dever entre R$ 500 e R$ 2 mil. A pesquisa indica ainda que 15% têm dívidas entre R$ 2 mil e R$ R$ 5 mil e 19% acima de R$ 5 mil.
Dívida
Dos consumidores entrevistados, 28% têm alguma restrição gerada por uma compra feita com cartão de crédito. Os outros motivos de restrição são carnê/boleto (27%), cheque sem fundo (18%) e empréstimo pessoal (14%).
A pesquisa mostrou ainda que 8% das pessoas que estão inadimplentes não têm condições de pagar suas dívidas.
E dos 92% dos que esperam ter condições de zerar seus débitos, 41% pretendem pagá-los à vista, ante 59% que pretendem parcelar.
Os produtos que mais causaram inadimplência foram móveis, eletrodomésticos e eletrônicos, com 15%, mesmo percentual de roupas e calçados. Já 14% mencionaram a compra de produtos ou serviços relacionados à alimentação.
Segundo o levantamento, 29% dos entrevistados declararam que suas dívidas aumentaram, enquanto 35% disseram que diminuíram, mesmo percentuais do primeiro trimestre.
Do total de inadimplentes, 22% disseram estar muito endividados, frente a 30% que consideraram estar mais ou menos endividados e 35% que se declararam pouco endividados.
O comprometimento de renda com o pagamento de dívidas diminuiu levemente no segundo trimestre. Nos últimos três meses, 18% afirmaram que mais da metade da renda familiar mensal era destinada ao pagamento de dívidas, ante 19% em março.
Além disso, 46% declararam que até 25% da renda está comprometida com o pagamento de dívidas e 37% declaram ter entre 25% e metade da renda familiar comprometida.