Escrita Contabilidade

País quer novo cálculo para a dívida pública

O Brasil pediu que o Fundo Monetário Internacional (FMI) mude a forma como calcula a dívida do governo, em um movimento que mostraria que o País parece menos endividado. Em uma carta enviada na quinta-feira para a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o cálculo é distorcido.

Mantega pediu que o FMI não leve alguns títulos mobiliários em conta. Na carta, Mantega afirmou que alguns bônus emitidos pelo Tesouro são mantidos pelo Banco Central para executar a política monetária e alguns não são usados como colateral sobre operações de recompra. Aqueles que não são usados como colateral não “têm uma natureza fiscal” e não deveriam ser incluídos nos cálculos da dívida, segundo o ministro.

O ministro afirmou que a questão foi debatida entre o ministério e o FMI, mas as conversas não chegaram a lugar algum, e pediu a intervenção de Lagarde. De acordo com um porta-voz do ministro, o fundo ainda não respondeu.

O FMI calcula que a dívida bruta do governo brasileiro é equivalente a cerca de 68% do Produto Interno Bruto (PIB) e o pedido de mudança reduziria essa proporção para 58,7%, compatível com os dados oficiais. O governo brasileiro vem sendo criticado por gastar demais e muitos economistas temem que o País possa perder o grau de investimento no futuro se a política econômica não se tornar mais austera.

Mantega repetidamente rejeitou esses temores, dizendo que o Brasil possui políticas sólidas e que as contas do governo estão saudáveis. Na segunda-feira passada, o ministro anunciou cerca de US$ 4,5 bilhões em cortes no Orçamento para este ano e disse que o movimento garante que as metas fiscais serão atingidas.

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