Escrita Contabilidade

Empresas da economia criativa precisam de qualificação, segundo especialista

Gestor de Projetos da Apex Brasil afirma que esse setor precisa se preparar para competir no mercado global

Um mercado promissor que movimenta centenas de bilhões de dólares e cresce 9% ao ano em todo o planeta. Os números se referem aos bens e serviços criativos. No entanto, a maior parte das empresas brasileiras que integram o segmento da chamada economia criativa ainda não está bem estruturada para chegar ao mercado internacional. A avaliação é do gestor de Projetos da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil), Christiano Braga, que participou do Seminário de Economia Criativa do Rio Grande do Norte, realizado nesta quarta-feira (15), em Natal (RN).

“É preciso preparar melhor os modelos de negócios da economia criativa para aumentar o acesso ao mercado internacional. É uma oportunidade para o Sebrae trabalhar junto a essas empresas e prepará-las para o mercado exterior”, sugeriu Christiano Braga, que ministrou palestra no seminário sobre a Internacionalização de Produtos da Economia Criativa.

O papel da agência é, juntamente com a iniciativa privada, realizar uma abordagem setorial para internacionalizar empresas brasileiras, através da promoção comercial de um determinado setor, criando condições para que as companhias vendam seus produtos e serviços no exterior. São 80 segmentos trabalhados, sendo nove deles da economia criativa. Na avaliação do consultor, se o setor não estiver minimamente organizado e preparado para o cenário internacional, dificilmente terá sucesso.

Para o gestor, se já é complicado inserir um produto nacionalmente, posicioná-lo mundialmente é pelo menos três vezes mais desafiador. “Mesmo que estejamos engatinhando em comparação a outros países, é muito importante que essa agenda da economia criativa tenha entrado na pauta de discussões. É fundamental que o estado crie condições para essas empresas cresçam e se desenvolvam”.

Entre os projetos da Apex ligados ao segmento da economia criativa, o de cinema é um dos mais consolidados e agrega 150 empresas produtoras. O trabalho consiste em ações para que esses empreendimentos realizem co-produções internacionais, participem dos principais festivais de cinema do mundo e aproximem os filmes dos agentes de vendas internacionais.

Já o setor da música é um dos mais desafiadores em termos de vendas, devido às transformações tecnológicas. Atualmente, 60% do que é consumido mundialmente é baixado pela internet, que dificulta a comercialização entre os players da indústria internacional. Uma das alternativas tem sido fazer com que esses agentes conheçam in loco produtoras locais e a música nacional.

Mercado digital

O mundo virtual também influencia o setor editorial. “O mercado digital é tendência, mas, infelizmente, há uma resistência enorme por parte das editoras brasileiras, que ainda têm uma mentalidade de 50 anos atrás”, critica Christiano Braga. Arte contemporânea, design, novas mídias e artesanato são outros setores criativos contemplados com projetos na agência.

Segundo o gestor, os países que mais consomem bens da economia criativa brasileira a partir de projetos da Apex Brasil são Alemanha, Argentina, Argélia, Canadá, Chile, Colômbia, Estados Unidos, Espanha, França, Inglaterra, Japão e México. O mercado da economia criativa global cresce cerca de 9% ao ano e é liderado pelos Estados Unidos e Alemanha. “Apesar da crise, a Europa continua sendo uma grande mercado para esses segmentos”.

O Seminário de Economia Criativa foi promovido pelo Sebrae no Rio Grande do Norte como parte integrante do programa oficial do Agosto da Alegria, uma iniciativa do governo do estado que visa a proporcionar 30 dias de celebração à cultura popular, com shows musicais, teatro, danças folclóricas, mostra audiovisuais e de fotografias, debates e capacitações para agentes da economia criativa potiguar.

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