Mais consumidores e estímulo elevam abertura de empresas
Os empreendedores individuais (EI) devem dobrar em dois anos e superar as micro e pequenas (MPE), segundo estudo o Sebrae.
Hoje, o Brasil tem 2,1 milhões de EI, mas deve chegar a 4,3 milhões em 2014, quando as MPE serão 4,2 milhões -atualmente são 3,9 milhões. Os dados foram colhidos em maio.
O avanço é um reflexo do aumento do poder de compra da chamada nova classe média, que consome mais serviços e impulsiona principalmente os negócios locais.
“Mais de 40 milhões de brasileiros se tornaram consumidores”, disse Luiz Barretto, presidente do Sebrae.
Antes de abrirem um negócios, esses empreendedores ou agiam na informalidade (tinham um negócio informal ou trabalhavam sem carteira assinada) ou tinham um emprego. Há ainda os que estavam desempregados. “As EI são uma chance para formalização.”
Criado em 2009, o modelo de EI estipula que a empresa fature até R$ 60 mil por ano. Já o teto de faturamento das micro é de R$ 360 mil, e das pequenas, de R$ 7,2 milhões.
Como benefício, têm carga tributária menor, entre R$ 31 e R$ 37 por mês, resultado de uma contribuição para o INSS de 5% sobre o valor do salário mínimo, alíquotas reduzidas de ICMS para as empresas de comércio (R$ 5) e ISS para as de serviço (R$ 1).
O salto do número de empreendedores individuais no Brasil -de 49 mil em 2009, primeiro ano da lei que criou esse perfil, para 2,1 milhões neste ano- pode ser comemorado, mas também revela as deficiências do mercado.
A face animadora da questão é, obviamente, a das oportunidades de trabalho formal que se abriram no país, especialmente em Estados como Piauí e Ceará, em que mais cresceu a quantidade de empresários desse tipo nos últimos 12 meses até abril: 117% e 111%, respectivamente.
Por outro lado, os números podem indicar que, principalmente fora dos grandes centros, as vagas de emprego ou têm sido insuficientes ou de baixa qualidade em termos de salário e jornada.
Dos empreendedores individuais do país, 85% nunca haviam tido experiência como donos de empresa antes de abrir seu negócio, e 38% estavam empregados com carteira assinada.