Escrita Contabilidade

Somente 7% do total de empreendedores recorrem ao crédito

Estudo inédito sobre o perfil do empresário de pequeno e médio porte do varejo brasileiro mostra que apenas 7% desses empreendedores utilizaram crédito bancário para abrir suas empresas. A maioria (77%) usou recursos próprios As informações fazem parte de pesquisa do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Os dados mostram também que 53% dos empreendedores pretendem investir em seu negócio por meio de ampliação de lojas, compra de máquinas ou contratação de funcionários. Entre os entrevistados, 25% disseram que vão investir com empréstimos bancários e 3% terão como fonte de recursos as financeiras. Em relação à inadimplência, 34% preveem queda e 10% esperam aumento.

O levantamento mostra ainda que 82% desses empresários não utilizam ferramentas tecnológicas em seu negócio; 85% não têm loja virtual e 61% não usam a Internet.

A pesquisa também mostrou que os impostos se configuraram no principal obstáculo para que o empresário de médio e pequeno porte mantenha aberta a sua própria empresa. Os tributos foram apontados por 43% dos entrevistados em questionário de múltipla escolha, superando outros desafios, como concorrência (29%), juros altos (18%) e crédito e capital de giro limitados (10%). Ainda segundo o estudo, 9% dos entrevistados apontaram como dificuldades o imposto sobre produtos, o excesso de burocracia e o custo de mão de obra.

O levantamento foi realizado em junho de 2012 em todas as 27 capitais do País, com 605 varejistas, com margem máxima de erro de 3,6%.

Representantes do setor varejista e do Banco do Brasil estão trabalhando em um projeto para criar linhas de crédito para o comércio. A informação é do presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro.

Pellizzaro afirmou que o objetivo é adaptar produtos que servem ao setor industrial às necessidades do varejo brasileiro. “Há linha para a indústria e o agronegócio, mas não há muitos produtos específicos para varejistas. O varejo precisa de linhas diferenciadas para capital de giro ao longo do ano, com datas específicas.” Ele espera que as novidades sejam divulgadas até o dia 10 de agosto.

Devem ser anunciadas linhas para antecipação de recebíveis, investimento e capital de giro por perfil. “O supermercado precisa de linha diferente da de quem vende sapato”, exemplificou Pellizzaro. “É um trabalho de customização de linhas de crédito de produtos que eram formatados para o empresário industrial. O BB já tem pessoas dedicadas a esse processo.”

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