Mesmo pequenos, os empreendedores individuais (EIs) têm sido os principais responsáveis por manter a economica capixaba aquecida. Das 23.123 empresas abertas de janeiro a julho deste ano, 17.383 pertencem a autônomos formalizados. Eles foram responsáveis por aumentar em 18% a quantidade de novos negócios no Estado.
Apesar desses bons resultados, o número de pequenas, médias e grandes empresas instituídas caiu em 30%. Os dados são do Empresômetro, índice do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). O motivo, de acordo com o coordenador da pesquisa, Gilberto Luiz do Amaral, pode ser o reflexo antecipado da futura extinção do Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias (Fundap).
O Empresômetro foi lançado ontem, quando o Brasil atingiu a criação de um milhão de empresas em todo o país. O índice recolhe dados e estatísticas de órgãos federais, municipais e estaduais.
Assim como no Espírito Santo, os EIs no Brasil motivaram o crescimento nacional. O avanço desses empreendedores foi de 34% de janeiro a julho de 2012 em relação a 2011. No Estado, a expansão desse público atingiu 49%.
Excluindo os empreendedores individuais, a quantidade de negócios de micro a grande porte criados caiu 19% no país. No Espírito Santo, a redução foi de 7.961 (em 2011) para 5.739 (em 2012).
“Nenhum Estado no país teve bom desempenho nesses segmentos. Mas no caso do Espírito Santo, será necessário uma atuação um pouco mais agressiva, já que o Estado ficou com o segundo pior desempenho nessas categorias. Ele precisará se remodelar e sair de uma vocação focada no comércio exterior para encontrar um novo propósito. Todas as atividades econômicas vão precisar se unir para encontrar uma solução“, diz Amaral.
A pesquisa mostra que os setores que apresentaram decréscimo de novos negócios foram o de serviços, o comércio, principalmente o varejista, e a indústria de transformação. Os mais afetados são os setores têxtil, metalurgia e mecânica.
Programa abraça mais gente
A abertura menor de empresas de micro a grande porte em relação aos EIs tem uma explicação. Segundo o presidente da Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e Empreendedorismo (Aderes), Pedro Rigo, o responsável por isso foi o aumento do faturamento máximo do programa Empreendedor Individual, que passou de R$ 36 mil para R$ 60 mil.
Ele fala que, junto com a desburocratização do projeto, o EI passou a ser mais atraente. “Isso iria acontecer, pois antes, para se formalizar, o empreendedor teria a necessidade de abrir uma empresa maior. E agora, a pessoa pode optar pelo Empreendedor Individual“, diz.
Rigo acrescenta que o desafio do governo será formalizar ainda mais empresas, principalmente os EIs, para impedir que o fim do Fundap prejudique a economia do Estado .
“Nos últimos anos, o Espírito Santo teve um salto na abertura de micro e pequenas empresas. Acreditamos que este ano e em 2013 vamos dar um gás ainda maior nos
incentivos ao surgimento de novos negócios“, acrescenta.