Artigo por Carlos Meni, Presidente Prosoft Tecnologia
Empresas de software do segmento contábil e de sistemas de ERP enfrentam importante momento agora em março, com a entrega da EFD-Contribuições, antiga EFD-PIS/Cofins, parte integrante do Sistema Público de Escrituração Fiscal (SPED), cuja nomenclatura foi alterada no dia 1º de março, por meio da Instrução Normativa 1.252.
Muitas empresas investiram no planejamento e gerenciamento das informações para geração do SPED, e mesmo assim estão encontrando muitas dificuldades no saneamento das informações e na parametrização dos sistemas.
Cada empresa tem sua característica de negócio e operações, e o SPED exige um planejamento estruturado, específico para cada empresa; o trabalho que é feito numa empresa na maioria das vezes não serve para outra, até mesmo para companhias de uma mesma atividade.
Uma empresa de contabilidade que tem a obrigatoriedade da entrega da EFD-Contribuições agora em março para seus clientes, tem um desafio multiplicado pelo número de clientes que terá que entregar, pois cada um tem seu modelo de operação, negócio e complexidade. Cada cliente deve ser tratado como um projeto.
O que realmente preocupa ainda é a falta de conhecimento do assunto de maneira generalizada, afinal muitas empresas contábeis já iniciaram a geração dos arquivos e estão se defrontando com muitas inconsistências, alertas e diferenças de valores. O cálculo feito através do Dacon (Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais) não bate com a conta gerada pelo PVA (Programa Validador). A quem socorrer é a grande pergunta.
As informações foram processadas durante o mês de janeiro pelas empresas e sem estar devidamente adequadas, planejadas e preparadas, e ao final do período foram transferidas para as empresas contábeis para geração dos arquivos, validação do PVA e envio para a Secretaria da Receita Federal.
Para quem não se preparou, e com todo este cenário, está se desenhando um período de muito desgaste para contadores, clientes e software houses, pois cada arquivo gerado e validado exigirá um grande esforço para compreender onde estão as falhas, as diferenças e como as mesmas devem ser corrigidas.
Estamos prevendo uma sobrecarga fora do normal no acesso às equipes de suporte das software houses para apoio e tentativa de esclarecimento dos problemas, trabalho quase impossível de ser feito por um suporte telefônico, pois exige conhecimento detalhado da operação de cada cliente da empresa contábil.
Essas operações são diversas: por exemplo, como foram emitidas as notas, os cupons, os itens, os produtos, como estão os cadastros. É impossível começar o trabalho de identificação sem todo este mapeamento, visto que serão horas e horas de atendimento gerando um grande gargalo em todas as empresas, porque será impossível atender a todos.
Quem não entregar a EFD-Contribuições no prazo fixado poderá ser penalizado com a aplicação de multa no valor de R$ 5 mil por mês-calendário ou fração. Se empresa não entregar uma única competência e perceber isso depois de seis meses, terá de pagar multa que chegará a R$ 30 mil.